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Chapter 5
by Wolfhunter2
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O Despertar
A consciência voltou devagar, como lama escorrendo pelos cantos da mente.
Zareya foi a primeira a despertar por completo — não por medo, mas pelo orgulho ferido e pela fúria que a puxavam da escuridão como garras.
Estavam em uma clareira cercada por árvores altas, formando uma arena rústica. O ar carregava um cheiro de cinzas e humilhação — o último impregnado em suas mentes. Amarrados com cordas ásperas, despidos de suas vestes e ornamentos, os cinco jovens estavam expostos aos olhares famintos dos bandidos.
Thenara gemeu baixo, tentando se mover. As cordas arranhavam sua pele a cada tentativa, deixando marcas vermelhas e crescentes. Ao lado dela, Myren lutava contra as amarras com força bruta, os músculos tensos, os olhos faiscando de frustração.
— Quieta — rosnou um dos bandidos, batendo um enorme martelo de guerra próximo ao rosto de Myren. — Vocês vão precisar dessa energia mais tarde.
Torven, ainda zonzo, murmurava palavras desconexas e ininteligíveis.
Jarn mantinha os olhos fechados, respirando fundo — fingia inconsciência, mas sua mente já girava, medindo as possibilidades.
Foi então que ela apareceu. A líder.
Surgiu das sombras, revelada à luz trêmula das tochas. As cicatrizes cruzavam seu corpo como mapas de guerra, e o manto de pele de Golias balançava com seu andar firme. O símbolo da Primeira Casta — manchado de barro e sangue seco — ainda brilhava, como uma lembrança pervertida do que já fora orgulho.
Parou diante deles, braços cruzados, estudando cada rosto com a paciência de quem já fizera aquilo muitas vezes.
— Acordaram. Ótimo — disse com a voz calma.
Zareya ergueu o queixo, mesmo amarrada.
— Solte a gente. Você não sabe com o que está mexendo.
A líder inclinou a cabeça, quase divertida.
— Eu disse que vocês eram nada. Mas estava sendo generosa. Na verdade, aqui vocês são menos que nada. São débito. Vocês devem à selva, devem aos que vieram antes. Envergonham os ancestrais. Eu recuso os velhos, mas são vocês que os desonram.
Fez um gesto com a mão. Três figuras emergiram da escuridão — dois homens e uma mulher, todos carregando as marcas características da casta secundária. Seus símbolos estavam à vista e intocados, como se sentissem orgulho deles.
— Estes — continuou a líder — conhecem bem o gosto da humilhação e o poder de sobreviver a ela. Sabem o que é ser considerado menos.
Agora, vocês vão aprender com eles.
O primeiro a se aproximar foi um homem de meia-idade. Cicatrizes profundas marcavam seu peito.
Seus olhos continham uma fome que não era apenas por comida ou poder — era por vingança.
— Meu nome era Kael — disse, com voz rouca.
— Aos quinze, quebrei o braço de um instrutor da Primeira Casta quando ele tentou me humilhar diante dos outros. Não importa o motivo. Ataquei-o fora dos rituais e fui lançado à lama por isso.
— Vocês vão me chamar de Instrutor. E vão aprender que resistir, como eu fiz, pode ser... educativo.
A segunda instrutora era uma mulher jovem, talvez apenas alguns anos mais velha que eles.
Seu braço esquerdo estava em ruínas — pele escurecida, rompida em partes, como se o fogo tivesse esculpido marcas profundas com dedos cruéis.
— Yanna — ela se apresentou. — Casta secundária desde sempre. Mas já vi muitos como vocês passarem por aqui.
Seus olhos se fixaram especificamente em Thenara.
— Especialmente você, ex-principal. Você vai ser... interessante.
Thenara se encolheu como se fogo tivesse sido lançado em sua direção.
O terceiro instrutor não disse o nome. Apenas observava Torven com uma expressão que misturava desprezo e algo perigosamente próximo do desejo.
A líder bateu palmas uma vez, chamando a atenção.
— As regras são simples. Vocês vão ganhar o direito de comer, de beber, de dormir em algo além do chão sujo. E sim — seu sorriso se alargou — vão ganhar o direito de se tocarem novamente.
Zareya e Jarn trocaram um olhar rápido.
Thenara sentiu Myren tensionar ao seu lado.
— Cada direito custa algo. Uma luta, uma tarefa. Seus instrutores vão decidir o preço. Claro, nem tudo que o instrutor pedir terá recompensa — Às vezes, um instrutor simplesmente vai pegar algo — porque podem.
Kael se aproximou de Zareya, analisando-a como um predador estuda sua presa.
— Você — disse ele — respira autoridade. Aposto que nunca pediu *por favor* na vida, nem mesmo aos seus iguais.
Ele sorriu.
— Sua primeira tarefa vai ser... interessante.
Yanna circundou Thenara, como um abutre.
— E você, queridinha, já conhece a queda. Mas aposto que nunca aceitou completamente. Sempre achou que merecia voltar ao topo — Ela se abaixou, sussurrando — Vamos ver se você consegue aceitar ficar no fundo.
O instrutor sem nome olhou para Torven, depois varreu o olhar por Myren.
— Vocês dois — disse com voz áspera — respiram violência. Acham que força bruta resolve tudo.
Caminhou lentamente ao redor deles.
— Vão aprender que existe uma diferença entre ser forte e parecer forte. E que, às vezes... a maior força está em aceitar quando você não tem nenhuma.
A líder ergueu a mão, silenciando todos.
— Primeira lição: hierarquia.
— Aqui, quem manda são eles. Quem obedece são vocês. Simples assim.
Kael se aproximou, segurando uma cuia d'água.
— Sede? — perguntou, balançando o recipiente diante dos rostos sedentos — Água limpa, fresquinha da nascente.
Os cinco jovens olharam fixamente para a cuia.
Suas gargantas estavam secas. Lábios rachados.
— Uma gota para cada um que pedir direito — continuou Kael. — Não exigir. Não demandar. Pedir. Com educação.
Zareya cerrou os dentes.
A palavra “por favor” parecia queimar sua garganta antes mesmo de ser pronunciada.
— E depois de beberem — acrescentou Yanna, aparecendo com uma tigela de mingau grosso — quem quiser comida vai precisar fazer algo a mais.
Algo que mostre que entendeu a lição.
Ela olhou diretamente para Thenara.
— Você já conhece submissão, não é? Mas aposto que nunca *agradeceu* por ela.
O silêncio se estendeu.
O cheiro da comida fazia seus estômagos roncarem.
A promessa da água fazia suas gargantas arderem ainda mais.
— Não têm o dia todo — murmurou o instrutor sem nome. — A sede só piora.
Mas nenhum deles se moveu.
Zareya mantinha o queixo erguido, desafiante.
Thenara mordia o lábio inferior até sangrar, mas não disse nada.
Torven olhava para qualquer lugar, exceto para os instrutores.
Myren respirava pesadamente, tomada pela raiva.
Jarn... Jarn fechou os olhos, mas sua boca permaneceu selada.
Kael riu baixinho.
— Orgulhosos até o fim. Que lindo.
Ele derramou a água no chão, bem devagar, deixando que cada gota se perdesse na terra seca.
— A sede vai doer muito mais amanhã. E vocês vão lembrar que tiveram a chance.
Yanna colocou a tigela no chão, longe o suficiente para que pudessem sentir o cheiro, mas não alcançar.
— A fome também ensina. Às vezes, melhor que palavras.
A líder observou tudo com um sorriso aprovador.
— Interessante.
Ainda acham que têm escolha.
Fez um gesto para os instrutores.
— Deixem eles pensar nisso durante a noite. Amanhã vamos ver se o orgulho alimenta tão bem quanto promete.
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Welcome to Le'van
welcome to a fantastic yet dark world
In a world where strength is law, only the powerful have rights — within the clans, strength determines each person's worth. Outside the walls? There are no rules. No mercy — only chaos. Survival is a privilege. Weakness? A sentence.(English is not my first language — I will be writing in Portuguese and translating into English using tools, and I will publish in both languages. Regardless of the language you speak, you are very welcome.) Em um mundo onde força é lei, apenas os poderosos tem direitos — dentro dos clãs, a força define o valor de cada um. Fora dos muros? Não há regras. Não há misericórdia — apenas o caos. Sobreviver é um privilégio. Ser fraco? Uma sentença.(inglês não é minha primeira língua estarei escrevendo em português e traduzindo para inglês utilizando ferramentas e publicarei em ambos os idiomas, independente do idioma que você fale seja muito bem-vindo)
Updated on Jun 6, 2025
by Wolfhunter2
Created on Jun 3, 2025
by Wolfhunter2
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