O Gatilho...

Mesmo se sentindo diferente, Miriel tenta se vestir para a comemoração com Maison. O namoro deles era saudável; ambos se ajudaram a curar suas feridas. No entanto, Rose não escondia o seu desprezo pela Maison, exactamente por ele cuidar de Miriel.

Enquanto tomava banho, Miriel usava óleos e perfumes que deixavam ainda mais atraentes. Ela era uma mulher sensual e, naquele momento, sua produção estava no auge. Com uma estética gótica incrível, havia escolhidas peças íntimas que realçavam sua sensualidade. Para Miriel, era apenas um momento de autocuidado, mas ela não poderia evitar notar que estava com um ar predatório.

Miriel estava chegando ao apartamento da Maison, animada, com a chave que possuía em mãos. No entanto, ao abrir a porta, senti um aroma familiar que a fez hesitar. Ela se sentia diferente, como se fosse capaz de perceber diferenças distintas. Antes de entrar, conhecemos o perfume adocicado de Rose, um cheiro forte e irresistível. Por que o cheiro dela estava tão presente ali?

— Não faz sentido! O cheiro dela aqui, mas por que é tão forte...? — surgiu Miriel.

Aproximando-se cautelosamente, Miriel conseguiu uma solução e, ao olhar para dentro, deparou-se com uma mulher de cabelos negros, usando o mesmo corte que o dela, em cima de Maison, que estava imerso no ato.

Os gritos eram selvagens, e Miriel teve certeza de que era Rose. Ela subjugava Maison, a situação era quase palpável, enquanto se movia de forma frenética sobre ele. Miriel notou que Rose virou o rosto, captando seu olhar, e um sorriso cruel se formou em seus lábios.

Por um momento, Miriel começou a interromper a cena, mas sua irmã fez um gesto para que ela permanecesse em silêncio. Uma onda de raiva a invadiu, mas, ao mesmo tempo, algo que fazia hesitar. Sem perceber, sua língua roçou os lábios, revelando um conflito interno que a consumia.

Enquanto observava a cena de fora, Miriel viu Rose transformar seus cabelos de volta à sua cor natural. No meio do ato, a Maison ficou assustada; ele estava preso. Rose o dominava, mordendo-o e forçando-o a continuar sem hesitar.

A casa era refém da situação, à mercê de Rose. Mesmo que quisesse lutar, foi consumido pelas consequências. Em um momento, tentei resistir, mas algo na presença de Rose o mantinha preso e, pior ainda, o estimulava a obrigação. Ele sabia que Rose era uma mulher cruel, conforme os relatos de Miriel, mas aquilo parecia ser demais. Os rumores sobre as crueldades dos Garous com os Parentes foram longe da realidade até aquele instante."

— O que diabos, Rose? Por que você está fazendo isso? Ungh... — A Maison tentava manter a lógica, mesmo que soubesse que era uma tarefa impossível.

— Ah, a grande Maison não parece entender a situação... Admita, você queria isso. Minha irmãzinha era apenas um aperitivo; eu sou o prato principal.

— Deus... Eu não sou assim... Uhnghhh... não consigo me controlar...

— Vamos, querido, apenas aceite meu presente. Diga que eu amo...

— Não... eu amo a Miriel...

"Rose parecia ficar cada vez mais irritada, intensificando seus movimentos na tentativa de forçar a rendição de Maison, que estava esgotada mentalmente. Ela percebeu que aquele homem não havia sido escolhido por acaso por sua irmã. No entanto, antes que pudesse continuar, foi lançada com toda a força contra a parede. Rose soltou uma risada ao ver Miriel, com uma musculatura impressionante e uma força descomunal, ficou claro para ela que sua irmã havia passado pela Primeira Mudança;

— SAI DE PERTO DELE, SUA VAGABUNDA! — referiu Miriel, a fúria pulsando em sua voz."

Rose, sem roupas, apanhou suas vestes e saiu rapidamente do apartamento. Miriel se mudou de Maison, que estava fraco e exausto. Não houve tempo para discutir; sua irmã havia usado um truque nojento e Miriel estava determinada a fazer algo que os outros não tiveram coragem de fazer: dar uma lição em Rose.

— Você fica aqui. Eu vou acertar as contas com aquela infeliz.

Miriel não sabia exatamente como, mas sentiu-se mais rápido e soube como encontrar sua irmã. Chegaram a um tipo de ferro-velho, um lugar abandonado. Os cães de guarda estavam completamente dóceis. Nesse momento, Rose apareceu, com um tom sarcástico.

— Seu namorado é apetitoso... Fez uma boa escolha, pena que ele sucumbiu tão facilmente...

— SUA DOENTE! QUAL É O SEU PROBLEMA? — referiu Miriel, a raiva pulsando em suas veias.

— BOM, MANINHA, VAMOS TER QUE DESCOBRIR...”

Rose soltou um rosnado gutural, enquanto suas músculos apenas romperam a pele humana. Sua musculatura tripla de tamanho; o rosto de uma mulher loira foi substituído por uma fera, coberto por pelos brancos como a neve, com olhos dourados que brilhavam. Transformada em uma criatura bípede, tinha garras e presas, e, apesar da aparência monstruosa, o olhar cruel de Rose ainda exibia desprezo e cinismo. A lua estava coberta por nuvens, mas, ao aparecer, revelava uma meia-lua. Nesse momento, Miriel soltou um grito gutural que deixou claro seu desespero.

• ROSA!!!!!

  A fúria de Miriel explodiu; tudo o que desejava era despedaçar sua irmã cretina. Assim como Rose, ela também tomou a forma de uma melhor, com a diferença de ter pelos negros como a noite. Com um uivo monstruoso em direção à lua, as duas feras correram uma em direção à outra.

  Iniciou-se um combate voraz: garras e dentes voavam, socos e chutes não eram apenas uma discussão de garotas. Era um duelo titânico entre duas bestas, onde tudo ao redor se tornava uma arma. Elas perderam a noção do tempo, transformando o local em uma zona de guerra. Ambas estavam sangrando, mas de pé e nuas. Miriel respirava com dificuldade, enquanto Rose, embora machucada, parecia estar em melhores condições.

— Sua maldita... — Miriel sussurrou, a raiva pulsando em suas palavras.

Rose se mudou e comentou, com um tom quase conciliador:

— Sei que você está com raiva, mas precisa de cuidados. E vou me desculpar por mais uma coisa...

Aproveitando-se do cansaço de Miriel, Rose desferiu um golpe que fez a irmã desmaiar.

Pondo Miriel em seu ombro, Rose sabia que, agora, sua irmã era uma Garou e que precisava de ajuda e orientação.